Cap. 10 - Viagem; Parte 4 (Presos no banheiro do avião...)

- Não brinca comigo Joseph. Eu quero sair daqui agora. – Falei sério. Já estava começando a sentir falta de ar.

- Demi, o que você quer que eu faça? Acho que estamos presos...

- Estamos o que? – Perguntei, saltando em frente à porta e fazendo uma força absurda pra puxá-la, como se fosse adiantar alguma coisa. – Joe, me ajuda a puxar porta! Eu quero sair daqui.

- Demi, calma! – Disse Joe, me agarrando pela cintura e me jogando pra trás. – Calma. Eu sou o homem aqui, eu vou dar um jeito.

- Homem! Hunpf. – Falei debochando. Porque homem, pra mim é Tom Cruise, ou o Johnny Depp. O Joe era só um menino.

Ele parou de puxar a porta e me encarou. – Não entendi. Eu sou o que pra você? Uma menina?

- Não. Um menino. Mas não homem, não ainda.

Nesse momento um sorriso muito estranho apareceu no rosto de Joe. – Quer que eu te prove que sou um homem?

WHAT!? Tipo assim, desde quando o Joe era safado desse jeito? – Joe, uugh, que grosseria.

- Foi mesmo Dem. Me desculpa.

- Tudo bem. Então, abre isso logo.

- Não dá Demi. Emperrou mesmo. – Disse ele. Soltando a maçaneta e se sentando no chão.

- O que? Mas eu nem vi você tentar Joseph! – Respondi, indo até a porta e tentado com todas as forças abri-la. Sem sucesso, desisti e me sentei ao lado de Joe. – O que vamos fazer agora? – Perguntei, começando a ficar apavorada.

- Esperar ué.

- Esperar o que Joe? Meu Deus, eu to ficando sem ar. – Falei me levantando. Comecei a me abanar. Estava sentindo muita falta de ar, e estava muito calor lá dentro. Tirei o casaco e o joguei no chão.

- Demi... Você é claustrofóbica? – Perguntou Joe, que tinha se levantado e estava me segurando pelas costas.

- Eu não sei Joe. Nunca tive motivos pra saber antes! – O desespero me deixava nervosa, o nervosismo me deixava ignorante. Pobre Joe.

- Demi, calma. Vem, senta aqui. – Disse ele me sentando em cima da pia do banheiro. – O que você está sentindo?

- Eu preciso de ar Joe. Está calor e eu estou ficando tonta mas, agora eu só preciso de ar.

- Ai meu Deus, o que eu faço? – Perguntou ele, mais pra si mesmo do que pra mim. – Ok, eu vou te dar um pouco de espaço. Vou me sentar no chão e você fica aqui. – Ele se sentou no chão. – Agora, respira devagar. Inspira e expira, mas devagar. Pra controlar sua respiração.

Fiz o que ele mandou, e funcionou. Aos poucos minha respiração ia melhorando, até que finalmente a falta de ar passou. Fiquei lá, sentada, pensando no que fazer pra sair dali. Mas tinha algo há mais me incomodando. – Joe? – Chamei.

- Oi Dem... – Ele respondeu.

- O que te fez desistir de vez da Ashley? – Perguntei. Eu não sei ao certo se estava pronta para a resposta, mas fui corajosa e perguntei.

Ele sorriu. – Você!

Eu sorri também, mas não por ter gostado da resposta. – Sabe, eu acho isso tudo uma grande ironia...

- Por que?

- Porque... Bem, ela tinha feito você desistir totalmente de mim. E olha agora...

- Demi, não estou... defendendo... a Ashley mas... Ela não me fez desistir de você. Eu NUNCA desisti de você.

Comecei a rir. Não por ser engraçado, mas porque era um jeito de controlar as lágrimas enquanto eu falava. – Desistiu sim Joe. Você desistiu de mim. – As palavras que eu mesma estava dizendo, me machucavam muito, eram como facas, no meu coração, no meu estômago. Era a pior a sensação do mundo.

- Demi... – Ele se levantou e parou na minha frente. – Eu não desisti de você. Pare de insistir nisso. Eu apenas me afastei porque... Eu não queria magoá-la.

- É? E funcionou bem não é? – Perguntei sendo irônica, pra variar. As lágrimas desceram quentes pelo rosto.

- Demi, por favor entenda.

- Eu to tentando Joe. – Respondi.

- Quando ficamos juntos eu era uma criança, um garoto. Eu não sabia ao certo o que queria. Eu tive medo de fazer algo que te machucasse, porque fazendo isso eu me magoaria também. E até mais. Eu não podia ver você sofrer por causa de um garotinho indeciso. Por isso preferi me afastar.

Eu estava começando a entender o lado do Joe. E a acreditar no que ele dizia. Mas... Não sei se isso é suficiente. – E quando a Ashley entrou pro drama?

- A Ashley, no começo, foi só uma distração, pra esquecer você Demi... – Ele se aproximou de mim, ficando entre minhas pernas e segurou minha cintura. – Mas isso nunca aconteceu. Não vou mentir que em certo momento realmente achei que a amava, mas...

As palavras de Joe, ora me curavam, ora terminavam de matar! Ele realmente gostava dela. – Mas...? – Falei, pra que ele continuasse.

- Mas me enganava. Quando estava com ela, eu pensava em você. Eu sempre sonhava com você. Ver você na escola, ou nas festas com o pessoal, era o momento mais feliz do meu dia. Sentir seu cheiro, ver seu sorriso, estar perto de você, sempre foi o mais importante pra mim.

- Eu não entendo. Você sabia que eu amava você, então... Se pensava tanto assim em mim, por que não voltou pra mim? Por que foi se consolar com a Ashley? – Agora o choro saía como um rio. Eu estava confusa em relação a tudo.

- Por que não era justo Demi. Com você. Não era justo. Eu ainda não sabia o que queria e... Eu fui idiota, ta bom? Eu sei disso. Era isso que você queria ouvir? PRONTO! Eu fui imaturo, idiota... – Ele começou a chorar. O que me fez chorar ainda mais. – Eu preciso de você de volta Demi. Eu não sei mais o que fazer... Eu...

Respirei fundo. – Joe... – Ele me encarou e eu fiquei olhando dentro dos seus olhos. Sabia que estava sendo sincero. – Eu... – Eu estava com uma puta vontade de agarrar ele e dizer tudo o que eu sentia. Uma vontade incontrolável e... Me aproximei de Joe. Ficamos nos encarando e tinha algo estranho entre a gente. Um tipo de energia, que me puxava pra ele. Não sei explicar. As mãos de Joe, que estavam na minha cintura, me apertaram, me puxando pra mais perto dele. Joe se inclinou pra perto de mim, nossas bocas estavam quase grudadas. Eu sentia a respiração dele entrar e sair pela minha boca. Até que perdi todas as minhas forças. Larguei minhas defesas e fiz o que eu queria há tanto tempo. Eu o beijei.

 O beijo era, intenso, rápido, mas do que saudades, tinha desejo ali. Enquanto nos beijávamos, as mãos de Joe passeavam pelo meu corpo inteiro. E as minhas o puxavam pra mais perto de mim. Quando o Joe parava de agarrar minha cintura, segurava no meu cabelo e eu... Eu só conseguia soltar leves gemidos. Eu estava enlouquecendo ali. E o Joe, também estava, eu podia, literalmente, sentir...

 Continua.